(By Carlota)
Ernesto Meu Rapaz, para ganhar os
votos da galera, colocou um enorme isopor, tipo container, abarrotado de
latinhas geladinhas, protegidos por uma barraca de camping e designou seu homem
de confiança, Fuscão Preto, para distribuir as latinhas aos seus eleitores, inclusive
os indecisos.
Na partida semifinal, Fuscão
ficava lembrando ao Técnico que só ele ainda não tinha jogado. Como a partida
estava bastante difícil, Carlos aguardou um placar seguro para colocar Fuscão em
campo. Fuscão entrou sem ninguém sair. Ninguém percebeu que a ADEC-100 estava
com 12 jogadores em campo. Fuscão ia de um lado para outro, correu todos os
cantos do campo, nem sequer triscou na bola porque, aonde ele ia os donos das
posições o mandavam procurar outro lugar no campo. Até que Carlos notando que
ele não se aguentava mais em pé, estava exaustivamente cansado de tanto correr sem sem bola, e o tirou da partida para preservá-lo de um infarto. O técnico mandou o “craque” descansar definitivamente da partida. Foi aí que o juiz,
bandeirinhas e mesários notaram que a ADEC-100 estava com um jogador a mais,
o estádio inteiro deu risadas e a plateia toda foi ao delírio.
José Eduardo de
Almeida ou simplesmente Eduardo ou Duda ou ainda FUSCÃO PRETO
Fuscão Preto, um dos filhos de Dona
Martinha, mulher guerreira que para criar seus muitos filhos, se redobrava vendendo
abará, acarajé, cerveja, sarapatel e outras iguarias. Sendo mãe de Fuscão, e pela
grande quantidade de filhos que produziu, Dona Martinha poderia ser chamada
tranqüilamente de Volkswagen do Brasil
S/A.
Quando Fuscão trabalhava na Brahma,
localizada na Av. Canavieiras, bem em frente a sua casa, tinha como seu chefe
Carlos Macêdo, nessa época aconteceu um fato bastante curioso, o que demonstra
claramente a educação que sua mãe impunha aos seus filhos. Carlos notou a
ausência de Fuscão no depósito, sem que o mesmo tivesse solicitado uma saída
para algum lugar. O malandro só foi descoberto, quando houve necessidade de se fazer
uma contagem nos vasilhames de cerveja para realizar uma carga num caminhão.
Quando Carlos subiu nas pilhas para efetuar a contagem, notou um espaço entre
as pilhas de vasilhames. Aproximou-se e deparou-se com Fuscão em pleno ronco e
com algumas garrafas de cervejas e Malzbier abertas ao seu redor. Como se
tratava de uma pessoa amiga e que precisava do emprego se chamou Dona Martinha
para presenciar a cena bizarra. Ela, quando viu o quadro patético de Fuscão,
não se conteve e gritou veementemente: - “Duda,
levante daí, pois vamos ter que acertar esse assunto em casa e agora!”. Fuscão,
ainda cambaleante e mamado, levantou-se com dificuldade e nada esboçou. Dona
Martinha o segurou pelas orelhas e rebocou o pinguço até sua casa, onde o pau
comeu solto! Fuscão tomou uma surra de “currião de couro” como castigo.
Na ADEC-100, associação dos
ceplaqueanos que antecedeu a AFC-Ilhéus, Fuscão Preto como era e ainda é
carinhosamente chamado, fez parte de dois acontecimentos hilários:
1 - Fuscão na época era homem de
confiança de Ernesto Meu Rapaz, então candidato a Presidente daquela Associação.
A concorrência das chapas foi entre Ernesto X Serafim.
No dia da eleição, no Bar dos
Coronéis, palco dos babas e dos encontros semanais dos ceplaqueanos e
convidados, amanheceu com uma farofa de dendê, bombons, uma vela acesa e o
retrato de Ernesto no meio do traçado, em baixo de uma amendoeira.
Nessa hora até Tonho Tolôco e sua
chapa foram chamados para beber a cerveja 0800 de Ernesto Meu Rapaz, diziam a
Fuscão que iam votar com certeza no patrocinador das gelosas. Em determinado
momento, Lindolfo, que era o mesário, informou o encerramento da votação e que
ia começar a apuração imediatamente. A Chapa de Meu Rapaz, que ainda tinha Pita,
Edson Mão de Obra, Moraes Caçolão e outros, já começavam a desfilar com um
andarzinho marrento de já ganhamos e com olhar de desdém de chapa vencedora.
A contagem foi acirrada, voto a
voto e, no final, Lindolfo decretou a vitória de Tonho Toloco por 01 voto de
diferença.
Ernesto Meu Rapaz, bastante
chateado, pediu a Fuscão uma latinha gelada para esfriar a cuca e comentou:
- Duda, se tivesse obtido mais um
votinho, um votinho sequer a meu favor, cara eu garantia o empate e seria o vencedor por ser mais velho.
Aí Fuscão, com o rabo cheio de
cervejas de latinha, chapado lembrou e falou para Ernesto:
- Hi! Veio fiquei bebo, esqueci-me de votar!
2 – Um dia, em um Torneio Caixeiral,
Fuscão se fantasiou de jogador, vestiu um meião atochado até a virilha e disse
que queria jogar. Na condição de jogador e técnico, para não perder o roupeiro (Fuscão),
Carlos Macêdo disse a ele que era pra ter paciência, porque que todos iriam
participar do jogo, inclusive ele.
Mas, falar das gafes de Duda é
fácil, pois sua presença é traduzida em alegria e descontração para todos, seja
no seu local de trabalho, na associação e, principalmente no ônibus ao saldar todo mundo com um sonoro ”Bomm dia mô Jovis!”, durante as idas e vindas para a Ceplac,
onde as brincadeiras, palitinhos, piadas, cantorias e causos, transformavam as
viagens curtas e serviam como uma descarga de tensão, pois sempre chegávamos ao
destino, totalmente leves de tanto rirmos com naturalidade e sabedoria as
adversidades que a vida nos impõe. Fuscão, principalmente por causa do seu astral alegre e positivo.
Isso tudo graças a participação de Fuscão Preto, cujo problema ocorrido com
ele não tirou sua alegria e descontração, sendo um bom exemplo de como encarar
com naturalidade e sabedoria as adversidades que
a vida nos impõe.
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