domingo, 11 de janeiro de 2009

As Almas do Mirante da Vitória

Chegou ao nosso e-mail uma "história" muito interessante, de certo associado afro-nipônico, querido por todos, que vamos reproduzir na íntegra para vocês.

Certa vez, há muitos e muitos anos atrás, ao anoitecer, como de costume nas noites de lua cheia, nosso associado ia deliciar-se do prazer de ver a lua surgir do mar, ao cair da noite do verão ilheense, sempre num clima romântico e apaixonado, acompanhado de sua namorada, no mirante da Igreja da Vitória, contígua ao cemitério com o mesmo nome.
A noite estrelada estava perfeita para as juras de amor, entre os beijos calientes e apaixonados, enquanto que a luz da lua iluminava o casal e o vento soprava um ar frio em contraste ao calor dos corpos enamorados.

Porém, por volta da meia noite, naquela penumbra sombria, romântica e misteriosa... De repente, nosso associado ouve um barulho que vinha do portão grande, de madeira velha, quase caído, do cemitério da Vitória. Ele ficou encasquetado com aquele barulho. De vez em quando o portão balançava, ele ouvia sussurros e ruídos de vozes que vinham daquela direção. Ele imaginava que só houvesse eles dois no mirante e, pelo tempo que estavam ali, não viram ninguém entrando no cemitério, nem tão pouco saído dele.
Os minutos se passaram, e ele também passou a ver vultos e ficar ainda mais amedrontado. Sua namorada quando percebia que as pernas dele tremiam e seu coração acelerava, a coitada imaginava que era o calor da paixão, que possuía seu amado, enquanto ele a abraçava com mais força.
Para desespero do afro-nipônico, de súbito, os portões rangeram ao se abrirem devagarzinho. Ele arregalou os olhos e viu que surgiam duas almas, que observavam minuciosamente o lado de fora de forma sorrateira. O nosso associado, percebendo que elas iriam sair e vir ao seu encontro, empurrou a namorada e se desembestou a correr. E, como um louco em pânico, cruzou o Alto do Teresópolis, desceu o ladeirão do Casco da Cuia, cruzou a Av. Itabuna, cortou a 19 de Março e subiu a ladeira Miguel Alves até o Alto da Conquista. E, num pique só, chegou em casa com um palmo de língua para fora da boca. Entrou e se escondeu debaixo dos cobertores de lã e passou o resto da noite em claro, suando frio. Pensando nas almas que viu, esqueceu da namorada...
Na manhã seguinte sua namorada foi à sua casa e, muito injuriada, "rodou a baiana". Perguntou se ele ficara louco ao deixá-la inexplicavelmente, àquela hora da noite, abandonada na porta do cemitério enquanto saíra correndo como um doido varrido. O afro-nipônico jurou que ouviu um barulho de vozes estranhas e que viu duas almas abrirem o portão do cemitério e ameaçarem sair em sua direção..., dai entrou em pânico e... Correu, correu, correu até chegar em casa.
Sua namorada não engoliu a estória e o esculachou. Falou que: se não fosse um casal de amigos dele, que estava desde cedo namorando dentro do cemitério e saiu depois que ele desembestou a correr, ela teria ficado ali plantada feito uma abestalhada...
Plim, plim!
Foi então que caiu a ficha do nosso associado afro-nipônico, e ele percebeu que deu o maior vexame de sua vida. E, é claro, o casal de amigos se encarregou de espalhar a história do conto das Almas do Mirante da Vitória.
Soubemos que depois disso, foi a ultima vez que ele, o afro-nipônico, levou a namorada ao Mirante da Vitória, e que ele ficou muitos anos sem passar na frente de um cemitério, fora um mês que ficou sem botar a cara na rua.

2 comentários:

Anônimo disse...

O único afro-nipônico que conheço é o Japonês que torce para o Vasco, promove todo ano uma mão-de-vaca muito boa e só vai embora da AFC quando o bar fecha as portas.Ah! Ele tem um fusquinha.

Anônimo disse...

Voces já imaginaram se o afro-nipônico tivesse os olhos abertos? Ou será que ele ficou com os olhinhos assim de tanto tentar visualisar as alminhas.