sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MORRE CIENTISTA PAULO ALVIM


Está sendo velado na Loja Maçônica Regeneração Sul Bahiano, na Rua Antonio Lavigne de Lemos, 173, e será sepultado amanhã, às 11 horas, no Cemitério da Vitória, também em Ilhéus o corpo do cientista Paulo de Tarso Alvim Carneiro, 92 anos, ex-colaborador e diretor técnico da Ceplac e um dos responsáveis pelos trabalhos de planejamento e implantação do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), na Superintendência de Desenvolvimento da Região Cacaueira no Estado da Bahia. Alvim foi o principal dirigente técnico da instituição entre 1963 a 1988.

Neste período de 25 anos, a produção brasileira de cacau registrou o maior aumento de sua história, passando de uma média anual de 130 mil t/ano (1961-1965) para 380 mil t/ano, em 1983-1988. Na Amazônia, a produção que era de 2 a 3 mil t/ano, elevou-se para 50 a 60 mil t/ano.
Aposentado da Ceplac, em 1989, cientista foi um dos criadores da Fundação Pau-Brasil, organização não-governamental dedicada as atividades conservacionistas e estudos sobre agricultura sustentável em regiões tropicais úmidas. Como Professor Honorário da UFBA, o cientista Paulo Alvim foi orientador de mestrado nos laboratório de Fisiologia Vegetal do CEPEC de várias gerações de estudantes e pesquisadores.
Publicou cerca de duas centenas de trabalhos técnico-científicos (em revistas, capítulos de livros, anais de conferências), cinco livros (como editor e co-autor), e pronunciou centenas de conferências em Congressos nacionais e internacionais. Graduou-se na Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais (ESAV), atual Universidade Federal de Viçosa (UFV), fez pós-graduação no International Institute of Education na Universidade de Cornell (EUA), onde, em janeiro de 1948, obteve o título de PhD em Fisiologia Vegetal, com tese sobre o tema “Studies on the mechanism of stomatal behavior” (Estudos sobre o mecanismo do comportamento estomático).
Foi um dos fundadores da Sociedade Botânica do Brasil, que atualmente reúne mais de 2.000 associados. Seu pioneirismo no campo da Fisiologia Vegetal foi logo reconhecido, tendo resultado em convite formulado pelo Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas (IICA/OEA), o que o levou a trabalhar por 12 anos em diversos países da América Latina, principalmente na Costa Rica e no Peru. Entre 1951 e 1955, foi pesquisador e professor da Escola de Pós-Graduação do IICA em Turrialba, Costa Rica, onde realizou pesquisas sobre fisiologia da produção do cacaueiro e do cafeeiro e orientou cinco teses de mestrado. Suas pesquisas contribuíram significativamente para aumento da produtividade dos cafezais daquele país.

Entre 1955 e 1962 atuou no IICA de Lima (Peru), onde colaborou com a Universidad Nacional Agrária "La Molina" no ensino de Fisiologia Vegetal e na implantação de sua escola de pós-graduação. Nesse período orientou cerca de 30 estudantes na redação de teses de graduação e/ou mestrado. Suas pesquisas com cultivos irrigados permitiram-lhe descobrir o fenômeno a que denominou "hidroperiodismo", relacionado com o mecanismo da floração do cafeeiro e de outras espécies tropicais, além de ter inventado o primeiro porômetro portátil para avaliar o grau de abertura dos estômatos em condições de campo, conhecido na literatura especializada como "Porômetro de Alvim".
Diante do infausto acontecimento, a Direção suspendeu sine die as festividades programas para a manhã de segunda-feira, 21, no auditório do Cepec, na Superintendência da Ceplac na Bahia, em que se comemorariam 54 anos de sua criação, através de Decreto do então Presidente Juscelino Kubistcheck de Oliveira, em 20 de fevereiro de 1957. Também decretou luto oficial.
O falecido deixa viúva dona Simone Alvim, seis filhos, seis netos e um bisneto.

ASCOM/ATEFFA-BA-Rezende
Fonte: Jornalista ACS/Ceplac/Sueba/Luiz Conceição
Assessoria de Comunicação da Ceplac

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